O canibal de Rotemburgo
O pai do alemão Armin
Meiwes saiu de casa quando ele tinha 6 anos, levando os irmãos da criança.
Meiwes ficou só com a mãe, que lhe explorava. Na escola, era humilhado. Em
casa, Meiwes dissecava bonecas e queimava, já fantasiando com canibalismo.
Já adulto, a mãe continua
a ser presença perturbadora em sua vida (lembrando o caso de Ed Gein). Após a
morte dela, Meiwes coloca suas fantasias em prática. Com o nick
de “antropófago”, ele procura alguém, na internet, que aceite ser assassinado e
comido. Manteve contato com cerca de 400 homens interessados em canibalismo. Após
2 anos, em 2001 um homem responde: “Espero que me ache saboroso”. Nesta época,
segundo seus vizinhos, Meiwes era um homem tranquilo, que brincava com as
crianças.
Bernd Jürgen Armando
Brandes era o nome do homem que se candidatou ao sacrifício, que ocorreria na
casa de Meiwes. Meiwes primeiramente cortou o pênis de Bernd e comeram o órgão
juntos, frito com pimenta e alho. Brandes havia insistido para que Meiwes
arrancasse seu pênis com dentadas, mas ele não conseguiu. Não gostaram do
pênis, acharam a carne dura.
Depois da “entrada”,
Meiwes deu remédios a Bernd para que dormisse. Então deu-lhe um beijo… e
algumas facadas no pescoço. Então dependurou o corpo em um gancho de açougue,
drenou o sangue do morto e o dissecou.
Conseguiu congelar 20
quilos de carne, o que lhe permitiu fazer refeições regadas a vinho por alguns
meses.
Diria depois que a carne
humana tem gosto “semelhante ao da carne de porco, um pouco mais amarga e mais
forte. Tem um gosto muito bom”. E que, no dia do crime, Bernd queria ser
esquartejado logo, o que lhe contrariou, pois queria conhecê-lo melhor.
“O ato de comer os restos
mortais deu sentido à morte, já que o corpo não foi jogado fora.”, disse o
alemão em seu julgamento. “Eu salguei o filé de Bernd com sal, pimenta, alho e
noz-moscada. Comi ele com croquetes, couve de Bruxelas e molho de pimentão
verde.”
Procurando nova vítima,
Meiwes volta à internet, mas alguém o denuncia à polícia. Na sua casa, os
agentes acham restos da vítima e um vídeo do assassinato. As imagens eram tão
fortes que os policiais precisaram de acompanhamento psicológico.
Meiwes ficou conhecido
como “O Açougueiro Mestre” ou como “O Canibal de Rotemburgo”. Tinha quase 40
anos na data do crime, e, a vítima, 42.
No seu julgamento, disse:
“Se eu tivesse ido a um psiquiatra há alguns anos, provavelmente não teria
feito o que fiz.”. Meiwes foi acusado de homicídio por razões sexuais, já que
canibalismo não era um item presente no Código Penal alemão (no brasileiro,
existe o crime de “vilipêndio a cadáver”, artigo 212, ato sujeito a detenção de
1 a 3
anos).
Meiwes, que era técnico
em informática (a vítima era engenheiro de computação), foi condenado à prisão
perpétua (primeiramente havia sido condenado a 8 anos de prisão, mas a promotoria
recorreu) – mas pode tentar a condicional após 15 anos de cadeia. O caso gerou
uma grande polêmica jurídica na Alemanha, com muitas pessoas defendendo Meiwes
das acusações mais graves – afinal, Bernd foi morto porque quis.
No segundo julgamento,
Meiwes disse ao juiz que sua fome de carne humana já estava saciada e que
estava arrependido de seus atos. Não convenceu o júri.
Falou ainda que sempre
sonhou em ter um irmão mais novo, “alguém para fazer parte de mim” – e que o
canibalismo era um modo de satisfazer este desejo. Bernd, por sinal, lhe
mentira ser mais novo que ele.
Em uma entrevista à
televisão, Meiwes afirmou: “Quem não consegue entrar nesta história acha
monstruoso o que fiz. Mas eu sou um ser humano normal.” Mas,
contraditoriamente, afirmou: “Eu quero ir para a terapia, sei que preciso, e
espero que isto aconteça em algum momento.”.
“A primeira mordida foi
com certeza única, indefinível, já que eu tinha sonhado com isto durante trinta
anos, com esta conexão íntima que se faria perfeita através desta carne.”
Quando era criança,
Meiwes gostava que a mãe lesse para ele a história de Joãozinho e Maria. “A
parte em que João
está para ser comido era interessante. Você não imagina quantos ‘Joãos’ estão
circulando aí pela internet…”
Augusto Victor
O canibal de Rotemburgo
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19:31
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2 comentários
que doença
Luca,
Realmente uma doença.Mas rola o seguinte,na minha opinião,mais doente é quem opta por ser devorado.Nada supera isso.Mas como já diz o caso,ele sofreu em sua infância,então,não tem culpa total.Enfim,eu não julgo.
Augusto Victor
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